domingo, 14 de dezembro de 2008

Reflexão sobre a redução do IPI


Depois de algum tempo afastada do blog por conta da faina de final de ano, achei que devia fazer uma pausa nos preparativos para escrever sobre a redução temporária do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), anunciada pelo governo na última quinta-feira. Confesso que a medida me preocupa, e muito, e a razão é simples: ela beneficia principalmente as montadoras e concessionárias, que já na sexta-feira anunciavam grandes “feirões” no final de semana, contribuindo de forma significativa para o aumento da venda de veículos e conseqüentemente da emissão de gases de efeito estufa.

Por um lado, eu entendo a iniciativa do governo e o pedido feito pelo presidente Lula para que a população consuma. Essa arma para escapar da crise e diminuir os seus impactos na indústria, que vêm sinalizando para a possibilidade de demissões em massa, já foi, inclusive, utilizada outras vezes aqui, além de ser uma velha conhecida dos EUA, por exemplo. Mas será que não existe uma outra saída? Não ouvi, até agora, nenhum comentário sobre os impactos ambientais causados pelo aumento da frota brasileira, principal fruto dessa medida. E não falo apenas sobre o aumento da emissão de gases e da poluição do ar, falo também sobre as conseqüências na saúde das pessoas, causando maior incidência de doenças respiratórias e cardíacas. Sem contar com o caos no trânsito, que já é bastante complicado nos grandes centros. Em tempos de acirradas discussões sobre sustentabilidade e mudanças climáticas, o governo não deveria se preocupar também com esse aspecto?

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